O serviço de mototáxi em São Paulo voltou a operar legalmente após uma decisão favorável da Justiça que anulou a proibição imposta pela Prefeitura. A medida representa uma virada significativa no debate sobre mobilidade urbana e direitos de escolha dos usuários de aplicativos de transporte. A decisão foi tomada pelo juiz Josué Pimentel, que considerou inconstitucional a tentativa do poder municipal de restringir um serviço regulamentado em nível federal.
A discussão sobre o serviço de mototáxi em São Paulo ganhou força nos últimos meses, após o decreto do prefeito Ricardo Nunes que restringia o funcionamento das plataformas como 99Moto e Uber Moto na capital. A prefeitura alegava preocupações com a segurança e falta de regulamentação municipal. No entanto, a Justiça entendeu que a ausência de normas locais não anula a validade da regulamentação federal que permite o funcionamento do serviço.
De acordo com o magistrado responsável, a proibição do serviço de mototáxi em São Paulo não se sustenta juridicamente, já que a Lei Federal 12.587/2012 garante às prefeituras o poder de regulamentar e fiscalizar, mas não de proibir. A sentença reforça o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que as normas federais prevalecem sobre legislações locais quando há conflito. A retomada do serviço foi imediata, com a 99Moto sendo restabelecida no mesmo dia da decisão.
O retorno do serviço de mototáxi em São Paulo foi comemorado por milhares de usuários e motociclistas parceiros. O diretor da 99 declarou que o direito de escolha do cidadão foi respeitado, e o serviço voltou a operar em todos os bairros da cidade. Antes, a plataforma estava limitada ao funcionamento fora do centro expandido. Agora, com a liberação judicial, a cobertura foi ampliada para toda a malha urbana da capital paulista.
O motoboy Junior Freitas, um dos principais defensores do serviço de mototáxi em São Paulo, destacou que a luta da categoria sempre foi pela regulamentação e não pela ilegalidade. Para ele, o impasse se tornou uma questão política e não técnica. A categoria reivindica há anos regras claras que garantam segurança, dignidade e reconhecimento profissional aos trabalhadores do setor.
Apesar da vitória judicial, a Prefeitura de São Paulo informou que pretende recorrer da decisão. O posicionamento oficial argumenta que a sentença não autoriza formalmente o funcionamento do serviço de mototáxi em São Paulo e que as fiscalizações seguirão ocorrendo. Ainda assim, especialistas em direito urbano consideram improvável a reversão da medida, dado o respaldo constitucional e a jurisprudência já formada.
A retomada do serviço de mototáxi em São Paulo também reacende o debate sobre a necessidade de modernizar as políticas de mobilidade urbana nas grandes cidades. A população cada vez mais busca alternativas rápidas, econômicas e acessíveis para se locomover. O uso de motocicletas para transporte de passageiros se mostra eficiente em locais de trânsito intenso, como é o caso da capital paulista.
Com a decisão da Justiça, o serviço de mototáxi em São Paulo se consolida como uma opção legítima dentro do ecossistema de mobilidade urbana. A medida representa um avanço na democratização dos transportes e reforça o papel das tecnologias digitais como ferramentas de inclusão. Cabe agora às autoridades municipais trabalharem em conjunto com as empresas e trabalhadores para garantir um modelo sustentável, seguro e regulamentado.
Autor: Lachesia Inagolor